Tive de acordar às 7 da manhã para fazer um trabalho de
grupo.
Logo para começar o dia acordei e tomei banho com o meu gel
de banho especial, aquele que augura dias bons. Saí de casa às pressas e sentei-me na
paragem à espera do autocarro aguardado, eis que vem de lá um velho idiota, senta-se a meu lado
e acende a cigarrilha mais mal cheirosa que vocês possam imaginar, fuma-a
lentamente para cima de mim que estava no caminho da nortada ou da sulada não
sei bem, mas senti como se fosse eu que a tivesse fumado aliás eu senti o
cancro do fumador passivo a criar-se no meu pulmão.
Acabando a sua cigarrilha o
idoso levanta-se, agarra o chapéu-de-chuva e a mala e continua o seu caminho,
ou seja ele nem ia apanhar o autocarro, fez só ali uma pequena paragem para
arruinar o meu cheirinho matinal.
Odeio a humanidade.
Nisto o autocarro que nunca mais chegava e começo a
sentir vontade de ir à casa de banho. Isto porque faço xixi umas 400 vezes
por dia desde que a minha mãe decidiu que devia tomar um chá qualquer da
ervanária que melhoraria o meu problema no fígado, ando enjoada e a morrer na
mesma, mas em compensação pareço um cachorrinho nervoso que mija de meia em meia
hora.
E aqui entra a minha dúvida:
Será que dá tempo de ir ao café voltar e apanhar o
autocarro?
Ou será que perco o autocarro e só volto a ter outro daqui a
40 minutos?
A minha dúvida foi dissipada com a chegada do mesmo.
Penso: “Bem isto daqui a Alcântara é um pulinho, chego lá vou a um café”
E o que é que não contemplei?
Digam vocês por mim…
- O trafego matinal. (isto existe? Bicha. Filhos da puta de carrinho por todo o lado, eu no autocarro)
Juro-vos eu não desejo o que passei
nem ao individuo que inventou a piada do: “Queria, já não quer?”
e ohhh se eu odeio essa piada.
Então demoro uns 40minutos a chegar a Alcântara e isto
passando por todas as cores, devia na altura estar amarela pela subida da urina
sei lá.
Mal meto os pés em terra firme corro à procura de um café, o único que
havia nas redondezas era a uns 2 quilómetros, foi o que me pareceu no caminho
para lá, porque para cá foi muito mais rápido. Encontro um café, dirijo.me à casa
de banho e… estava trancada!
Pronto, pensei... vou mijar-me toda num café em Alcântara.
E há algo aqui importante que precisam de reter sobre mim, eu sou muito, como dizer... intimista (na falta de melhor palavra) nestas coisas das necessidades fisiológicas,
sei lá, qualquer coisa que implique casa de banho eu gosto de o fazer na
solidão, aliás até mesmo se eu estiver com a minha mãe na sala ou assim invento
uma desculpa plausível para ir ao quarto e poder mandar um peidinho silencioso
que nem Anne Frank fazia quando se escondia dos Nazis.
Imaginem lá mijar-me toda na rua? O impacto que isso ia ter psicologicamente.
Mas enfim, ainda consigo ir ao balcão pedir a chave e o
homem diz-me que eu preciso de consumir para usar a casa de banho, nisto já
estava a ponto de o mandar para a puta que o pariu mas num esforço hercúleo
compro um chupa-chupa e dirijo-me novamente à casa de banho, em passinhos
piquenos procurando não dar muito nas vistas, procurando encontrar sei lá uma
sanita de ouro com cheirinho perfumado a lavanda…
Em vez disso encontrei uma casa de
banho nojenta com dedadas com aquilo que tudo indicava, ser merda, por todo o
lado...
Depois disto o dia não melhorou, apanhei o autocarro errado por estar atrasada, fui parar ao guetho, temi que me levassem os rins...
Enfim...