quarta-feira, dezembro 26

As 50 Sombras de Grey

O Natal é época de união familiar (principalmente com aqueles que nós evitamos o ano todo) de comidinhas gostosas (altamente calóricas que nos transformam em obesos com acne) e de recebermos presentes que não gostamos (isto soou um bocado seco, mas tem de ser se não a introdução fica muito grande)

Antigamente as pessoas resumiam isso às meias, sério, havia sempre um familiar ou dois que oferecia meias. Mas agora não, as pessoas tornaram-se originais e há uma parafernália de coisas que ninguém quer, ninguém precisa, mas que se trocam no natal.

Sim, vocês já devem ter chegado lá, ofereceram-me as 50 Sombras de Grey.
E chegaram lá porquê?
Porque eu tinha escrito no título, obviamente.

Eu pensei em trocar o livro na Fnac sem mais contemplações, fácil e rápido. Mas depois, como sofro de algo gravíssimo chamado síndrome da mão alienígena (benza-me Deus que bem sei que não se deve fazer pouco destas coisas), em que basicamente mal controlo o que as minhas mãos fazem e é péssimo, especialmente na internet, em que sou levada a carregar em links que não lembrariam nem ao menino Jesus no Natal. Então ontem, numa noite de insónia, decidi passar-lhe os olhos.

E o que é que eu tenho a dizer sobre o livro…
Primeiro não entendo o porquê de tanta crítica, o livro é libertador, aliás, senti o mesmo a ler as primeiras 10 páginas que senti ao ouvir o álbum da Áurea pela primeira vez, que é a sensação de que ter talento não é necessariamente o mais importante para se vingar e ter sucesso.
Sério, fiquei com a plena noção de que poderei escrever um livro e que a possibilidade de ele vir a ter sucesso é altíssima, tendo em conta aqueles padrões eu poderei ganhar o Nobel da Literatura, ou não, mas ao menos irei vender bastante.

Albert Camus, Franz Kafka, Gabriel García Márquez, são castradores de sonhos, uma pessoa está a ler aquelas coisas e a pensar “Eu nunca vou escrever nada assim”, mas nas sombras de Grey não, de todo.

Aquilo começa logo bem com a Anastacia Steel a dizer que vai entrevistar um homem que não conhece de lado nenhum, nunca o viu mais gordo e nem sabe nada dele, ele refere esse facto 50 vezes, que nunca o viu que não sabe quem ele é. 5 segundos depois ela própria faz de narrador e descreve-o, com pormenores que só saberia se de facto o conhecesse, há ali uma lacuna besta que ninguém entende.

Outra também genial é o facto dela se estar a preparar para uma noite de sexo louco com aquele Deus grego que é o Christian e tecer como comentário mental: “Ali estava ele, de jeans e camisa branca… que borracho!”

Borracho?
Quem é que traduziu aquilo? Quem que usa a expressão borracho relacionando-a com sexo?
A nossa tris tris tris tris trisavó recordando a sua noite de núpcias?

E aquela coisa para lá de gasta da principal ser uma tontinha que tropeça nos próprios pés e depois vai-se a ver e é uma rameira do pior? Se eu já detesto o género na vida real, então na ficção nem vos digo. Cabras sonsas dissimuladas é do pior tipo de gente.
E a história em si é para lá de irreal, na primeira vez da moça ela vem-se 3 vezes, não uma, não duas… 3! Soa altamente legitimo. E depois aquilo é género discos pedidos “ele disse-me, vem-te, e eu larguei a minha Deusa interior e vim-me”
Deusa interior?

Mas ela nem é a pior na história, o Christian consegue suplantar a personagem sonsinha. Basicamente ele seria o homem ideal, giro, rico e ninfomaníaco, mas depois parece-se todo àqueles tarados psicopatas, que repetem o nosso nome vezes sem conta, e que o nosso sexto sentido nos diz: “baza rápido antes que ele te esventre e depois utilize a tua pele para passear ao fim de semana pela casa”.
Não há nada mais altamente assustador do que alguém repetir o nosso nome a cada 5 segundos numa conversa, seja ela de que cariz for. Depois há ali uma variante interessante que é o facto de ele a tratar por 3 nomes diferentes, Ana, Anastacia e Menina Steel, aquilo para alguém como eu que estava a passar capítulos tornou-se algo confuso, houve uma altura em que me perguntei “Mas ele está na cama com quantas mesmo?”

Para concluir tenho a dizer-vos que alguém deixar o marido porque esteve a ler as Sombras de Grey e ele não se parece com o Christian (sim, que eu li isso por aí) é a mesma coisa que eu deixar o meu namorado porque estive a ler o Twilight e ele não brilha e dava-me jeito que ele brilhasse. Por acaso até dava mesmo que a luz do meu quarto fundiu.

Sério, ao saber que o livro é um sucesso fiquei triste, principalmente com a minha espécie. Porque os homens regra geral sendo seres simples contentam-se com aquilo que buscam, se o livro promete putaria e tiver putaria os homens ficam felizes. Basta ter a palavra "mama" duas ou três vezes o homem regozija. Mas as mulheres não, as mulheres costumam procurar qualidade e ali, bem... ali não há.

domingo, dezembro 23

Conceito mais estúpido de sempre

Está bem que vivemos numa sociedade às pressas, em que anda tudo stressado, e a tentar fazer as coisas no mínimo de tempo possível. Está bem, eu até aceito isto. Mas há coisas que não se compreende terem de ser feitas às pressas. E nisto surge a minha indignação, ao conceito provavelmente mais estúpido que vi ultimamente, que é:

"Faça aqui os seus óculos graduados em menos de uma hora"

Ninguém quer fazer os seus óculos graduados em menos de uma hora. Os óculos são uma coisa dispendiosa , ninguém quer dar 300 € por algo que vai ser feito às 3 pancadas. Já para não falar que os óculos são algo, sem os quais, muita gente não vê um cu. Quem é que se vai arriscar a ficar anos com uns óculos mal graduados, porque não quis esperar mais de 1 hora para lhos fazerem?
Há coisas que não podem ser feitas às 3 pancadas.

Quem é que inventou isto?
Qual a funcionalidade?

Acho que é uma coisa tão lógica como chegarem ao hospital e haver um letreiro:

"Fazemos aqui a sua cirurgia de risco em menos de 15 minutos"

Ou melhor:

"Operamos o seu coração em menos de 1 hora, e ainda lhe oferecemos os pontos!"

Tipo...

Ninguém ia querer.
  

quarta-feira, dezembro 19

Da série isto dava para os processar noutro país qualquer

Sabem aquelas pessoas que quando saem de casa sem o relógio voltam atrás para o ir buscar?
Eu sou assim com o telemóvel.
Não sei acho que ganhei vício há alguns anos, não importa a que distância eu esteja do caminho, se der pela falta do telemóvel volto atrás para o ir buscar. Independentemente de perder o comboio, chegar atrasada, podem haver mortes... eu volto atrás.
Seria de pensar que é por gostar imenso de falar ao telemóvel, mas não é, são as mensagens mesmo que se tornaram na minha forma preferida de comunicar com o mundo desde... sei lá eu quando... desde basicamente que inventaram as mensagens grátis. Sério, eu detesto falar ao telemóvel, tenho-o há mais de um ano e se tiver 3 horas de conversa registada, é muito. Regra geral quando me ligam digo o habitual "Ah desculpa não ouvi o telemóvel(obviamente que ouvi, ignorei), e agora não posso atender, diz por mensagem".

Ou melhor, isto era o que eu fazia, até que a vodafone ou a samsung, ou o crlh decidiram fazer-me passar por maluca arruinando a pouca vida social que me restava. Vou explicar-vos, basicamente o que sucede é simples, eu estou a trocar mensagens com alguém e no meio da mensagem surge uma palavra que não tem nada a ver com a conversa que nós estamos a ter. Há dias estava a conversar com uma pessoa sobre mobiliário, e ele envia-me "Por acaso para as casas de banho gosto mais de móveis brancos e o mais batata" e eu respondo "Batata?" e a pessoa do outro lado diz-me "Onde é que leste batata?" e eu ali com a mensagem escrita, com a palavra batata. Juro-vos eu não sou por ai além de sã, mas também não estou assim tão mal. Enfim, deixei passar e não pensei mais naquilo apaguei a mensagem. Nisto já me sucedeu aparecerem mais palavras aleatórias a meio das mensagens mas enfim... desvalorizei.

Até que ontem me aconteceu algo ainda mais estranho.
Estou a mandar mensagens a uma amiga minha sobre tablets e eis de acontece algo fascinante, observem:


Ou seja, ela não escreveu nada sobre chapeleiro algum, e eu recebo aquilo...

Eu não sei, mas se eu começar a falar de chapeleiros, do nada, com as pessoas, isto é coisa para me mandarem internar, as pessoas pensam que eu ando na droga... EU NÃO CONSIGO FAZER AMIGOS ASSIM.

PS: Isto não é para rir.

sábado, dezembro 15

Video de Natal - Last Call

Então, decidi-me à ultima da hora em fazer um video de natal como no ano passado.

O video vai ser Lip Sync (carreguem lá e vejam mais ou menos o que é para fazer, que o lipsync estava a causar confusão a algumas pessoas), e a música vai ser esta aqui:


Parece tendencioso, eu sei, mas esteve em votação hoje o dia todo (ali ao lado) e ganhou, logo não posso fazer nada. O que no meu ver até foi bom , porque estive a tentar fazer o lipsync do Rockin' around the xmas tree e ia adormecendo 3 vezes, e de ver que a música só tem 2 minutos.

Então vamos lá, vocês podem enviar-me os vídeos para singularidadesdeumaruiva@gmail.com até esta 4ª feira. A qualidade do video tentem que seja do melhorzinho que conseguirem, se só tiverem a Cam mandem mesmo assim, eu arranjo maneira de fazermos uma coisa gira. Há e enviem os vídeo pelo dropbox porque o gmail não comporta formatos maiores. Qualquer dúvida, mandem mail.
Qualquer dúvida sobre o vídeo, obviamente, isto uma pessoa é melhor avisar logo...

Eu sei que já não falta muito tempo, mas come on, juntem amigos, avós, quando mais gente entrar menos ridículo fica para os que entrarem.  Se não quiserem dar a cara, arranjem maneira de se esconderem, dancem, mascarem-se... mas entrem pah. Já imaginaram a solidão de só entrarem umas 3 pessoas...

O Natal é a época de união entre as almas humanas e mimimi.
O meu espírito este ano está uma foda.
O que é que hei-de fazer para vos incentivar?
Eu detesto pedinchar, sou péssima nisso, sério que tivesse de seguir algum ramo politico eu não conseguiria obter nem um voto...


Estão a vê-lo...


Ele não participou o ano passado, pode acontecer-vos a vocês!

Merry Oh Oh Oh

Murder
(viram, eu assinei e publiquei com o mesmo nome, que é para dar assim uma coisa mais pessoal, mas não serve basicamente para cu) 

quinta-feira, dezembro 13

Pela Boca Morre o Peixe

Porque é que as pessoas têm tendência para escrever todas as palavras dos títulos em letra maiúscula?
Não tem grande nexo, pois não?

Assim como o começo disto que estou a escrever não está a ter grande nexo, mas eu chego lá.
Sabem quando nós falamos demais e depois nos arrependemos imediatamente, mas somos demasiado teimosos, ou estúpidos (curioso como estas duas palavras coincidem mais vezes do que queríamos) para voltar atrás?
Pois bem a minha teimosia ou estupidez ia-me custando muito desta vez.
Observem...

A minha mãe sofre de tensão ocular alta, o caso nem é por aí além de grave, mas ela consegue fazer tudo parecer um drama daqueles das novelas venezuelanas, é comum ouvir sair daquela boca o "vou cegar" "já estou a ver mais enublado" e afins.
A coisa agrava-se primordialmente quando ela tem de meter as gotas nos olhos todas as noites, algo que sou eu que faço e que custa imenso, porque ela queixa-se continuadamente que aquilo arde horrores e que é um grande sofrimento, mas depois 5 segundos esquece-se e já não diz mais nada, porque creio que aquilo deve arder mas passar logo.
Mas de qualquer das formas ela está sempre a queixar-se de algo e é coisa que me emputece, principalmente porque a minha personalidade é completamente diferente da dela, eu sou do tipo de sofrer em silêncio e de nunca me queixar. Acho que isso herdei do meu pai, sempre foi do género de festejar as alegrias e guardar para mim dores e tristezas e esperar que passe.  Então passa-me por completo aquilo e como é óbvio, rio muito, o que por sua vez, emputece a minha mãe.

Isto leva-nos à noite em que eu ia cegando que começa... agora:

- Oh Ana, anda lá aqui meter-me as gotas nos olhos.
Mãe surge com o frasco na mão.
Eu: K.

(primeira gota no olho direito)

Mãe: aaaaiii credo que ardor... credo... credoo... aaaiii que isto hoje está a arder MUITO mais que nos outros dias aaaii. Vou ter de lavar os olhos.

Eu, rindo: Oh mãe, nem parece que tiveste 3 filhos, pah... nunca vi ninguém tão queixinhas...

Mãe, passada mandando água abundantemente para os olhos: Agora só para veres anda cá que vou meter-te uma gotinha, só para tu vezes, isto também é para a tensão ocular, não te mata

Eu: De certeza que isso não é assim tão mau...

Era!
Juro-vos, parecia ácido a corroer a minha córnea,  a minha retina... Pensei que ia cegar, mas ali estava eu a aguentar estoicamente para não dar parte de fraca.

Mãe: Tão, é assim tão bom?

Eu: Também não é assimmm uma dor.

Era!
E acreditem eu já senti dores atrozes, mas como aquela...Não.

Eis que a minha mãe agarra no frasco e lê em voz alta: Oto... Synalar...

AI ANA, TROCÁMOS AS GOTAS! Metemos as gotas para os ouvidos!

PS: Estamos óptimas, nada que uma pomada asquerosa 3 vezes ao dia não curasse... mas a sério, não tentem isso em casa.

quinta-feira, dezembro 6

Macacos da Nigéria

Todas as conferências a que já fui na minha vida tinham um denominador em comum: serem chatas como tudo!

É certinho. Tão certo como todos os anos lançarem um novo Fifa e toda a gente dizer que vai superar um muito o anterior, que por sua vez desce de preço drasticamente, mas basicamente acaba por ser tudo a mesma merda desde 1994.

Voltando às conferencias, há apenas dois motivos que nos levam a assistir a tal coisa, o medo de sermos despedidos, em caso de conferencias de trabalho; e o medo de sermos marcados em caso de conferências da faculdade.
Aliás tal coisa é evidente cada vez que uma pessoa chega à sala e ouve “Hoje a aula vai ser diferente, vamos assistir a um seminário sobre o Macaco Albino da Nigéria” (queria eu que alguma delas falassem do Macaco Albino da Nigéria, que nem sei se existe mas honestamente soa bem mais divertido do que todas as coisas a que eu já tenha ido) complementado sempre por um: “Vou passar folha de presença”, que se traduz em "Vou passar a folha para saber que foi, e quem não foi fica marcado"

E é ver 70 almas cabisbaixas a dirigirem-se a um anfiteatro, mais infelizes do que se estivessem a ir para a cova, ludibriados pela folha de presença. Sério, acho tristíssimo tal coisa, e pergunto-me:
 Se vocês fossem dar uma palestra sobre sei lá o quê, quem gostariam que assistisse?

 - 5 Pessoas altamente interessadas no que têm para dizer, a tirar notas e a beber as vossas palavras;
 Ou
-80 Pessoas altamente contrariadas, a bufar, a olhar para o telemóvel, a tentar arranjar maneira de se esquivar dali o mais rapidamente possível, a adormecer, a jogar aos países, à batalha naval…?

O mesmo serve de perfeito encaixe para certos blogs que obrigam as pessoas a seguir por causa dos giveaways, eles funcionam tal e qual as folhas de presença... e o que é preferível?

- 3 seguidores que carregaram no botão voluntariamente, por gosto e eventualmente se identificam com o que vocês têm a dizer, regressam por gosto com um sorriso na cara;
Ou
- 478893284 seguidores forçados a carregar no botão, ludibriados por um give away e nem sequer gostam de seja que porra vocês postam?

Se escolheram a segunda hipótese, temo dizer-vos que vosso blog é tão interessante como as conferencias dos Macacos Albinos da Nigéria. Não se enganem, vocês são uns idiotas e ninguém gosta de vocês!
...ao contrário dos Macacos, eu gosto dos Macacos.

From now on, our troubles will be miles away...

Entrei em modo Natalício...
E o meu blog também.