quinta-feira, novembro 7

Life is a big big Circus

Quando tudo se começa a transformar num gigante Circo, as palhaçadas tornam-se tão corriqueiras que já ninguém as contesta. E encolhemos os ombros dizendo de forma conformada e condescendente: “É o País que temos”; “É o que há”. E a maioria de nós já nem levanta grande poeira, porque “não vale a pena”.

Mas nisto tudo há uma grande diferença, entre o sermos palhaços por nossa própria iniciativa, (porque se nos pagarem, hoje em dia aceitamos qualquer tipo de trabalho tal é o desespero. Sim, enviei o meu CV ontem para Ajudante do Pai Natal, nem está muito longe) e o sermos palhaços gratuitos, porque nos fazem de tal e esperam que nem nos apercebamos da coisa.

Nisto chegamos à pergunta essencial deste post: Até que ponto devemos deixar que nos façam de parvos com o nosso consentimento?
Há uns meses atrás quando terminei o curso e me fui inscrever no Centro de Emprego, informaram-me de algo bombástico: Estágios remunerados pelo IEFP. Digo bombásticos utilizando um adjectivo muito abaixo do que o Homem que me atendeu me fez crer, basicamente o que este me disse foi o seguinte:
“Isto é uma iniciativa do Estado para diminuir o desemprego dos jovens, a única coisa que tem a fazer é contactar a empresa onde quer trabalhar (uma ao seu gosto), propor-lhes o seu estágio, depois eles entram em contacto connosco que nós pagamos. E fica lá a estagiar um ano tudo pago por nós”

Parece bom não parece? Claro que logo à partida nós sabemos que o estagiário é o chamado “pau para toda a obra” e conheço gente que durante o estágio até os cafés servia na empresa e lavava chão… but hey, works for me. Desde que me paguem, obviamente.

Mas voltemos à parte do “contacte as empresas”, coisa que fiz. Devo ter contactado umas 20 e até ao momento não obtive resposta de nenhuma já lá vão 3 meses. Passei então a fazer algo que pensava ser mais inteligente, procurar as empresas que já tivessem entrado em contacto com o IEFP e estivesse a atribuir os tão fabulosos estágios remunerados.
Durante esse tempo, posso dizer-vos que fui contactada por uma miríade de gente do mais sacana (para não chamar nada pior) que vocês podem imaginar.

Mas nada como este último caso que vos vou relatar.

Vejo no net empregos “Trainee de Recursos humanos – Estágio Profissional Remunerado IEFP”, Mandei o CV e recebo, algum tempo depois, um mail a dizer que a 1ª parte da selecção que era a avaliação curricular estava concluída, iria passar para a 2ª parte - entrevista online. Mandaram-me um link composto por umas 30 perguntas sobre recursos humanos, com casos específicos aos quais respondi. Recebo posteriormente outro mail (uns dias depois). (Já adormeceram com o relato??? Adiante...) A dizer que tinha passado à 3ª fase de selecção em que teria de responder agora a testes de lógica e mais não sei quê. Aquilo eram umas milhentas perguntas de psicotécnicos, às quais eu respondi. Depois disto enviaram-me novo mail informando-me que tinha passado todas as fases e entrariam em contacto por telefone no dia seguinte às 10 da manhã.

No dia seguinte ligam-me e a conversa foi a seguinte:

“blá blá blá… Estou a contacta-la porque passou todas as fases de selecção, até agora, para Trainee de recursos humanos e gostaríamos de fazer uma entrevista presencial na qual vamos analisar a dinâmica de grupo…”

Eu: Pode informar-me se, a ser seleccionada, me será atribuído um estágio do IEFP?

“Ah… bem, nos primeiros 4 meses tem de passar por um período de formação não remunerado. Onde será testada semanalmente para vermos se consegue cumprir objectivos e se se adequa ao perfil da Empresa. São avaliações muito exigentes. Só posteriormente é que lhe será atribuído o estágio, ou não...”

Eu: E quer fazer-me crer que me vão de facto dar formação por 4 meses? E que provavelmente ao 15º dia eu já não estarei a trabalhar, por baixo dessa camuflagem de formação?

“haamm, humm… “

Eu: É que entende, o centro de emprego está a pagar à empresa para a empresa me dar o estágio, no qual já deveria estar englobada a formação que vocês querem que eu vá ter de graça. Ou seja o estado paga-vos, mas quando eventualmente o dinheiro chegar às minhas mãos eu já estarei a trabalhar a 100%, após uma formação não remunerada de 4 meses.

“Sabe que o Estado não paga tudo, já foram os tempos em que isso acontecia”

Eu: Pois, há casos em que o estado paga 80% e outros que paga 100%. Eu estou informada da situação, por isso tenho a dizer-lhe que não estou interessada.

“De qualquer das formas vou deixar a sua candidatura em aberto, para o caso de aparecer algo que vá mais de encontro ao que procura”

Eu: Qualquer sitio onde me paguem já vai mais “de encontro ao que procuro”.

É isto.

quinta-feira, setembro 12

I don't care... I LOVE IT!

Olá, meus adoráveis 3 leitores, 4 vá, aqui estou eu novamente para vos falar de algo que honestamente não tem interesse algum, mas como eu faço um serviço público sinto-me na obrigação de partilhar convosco esta minha descoberta.
Estão a ver aqueles programas de televisão tão maus, mas tão maus que a certa altura vocês ganham pena dos actores por algum dia terem tido a infeliz ideia de ingressar em tal projecto?
Já alguma vez se deparam com algo com tão pouca qualidade que a certa altura nem sabem se aquilo foi realizado a sério ou a gozar?

Pois assim é a nova telenovela Juvenil da TVI I Love IT.

Apelidei-a de juvenil, por mera ironia uma vez que os protagonistas são tão jovens quanto aquela moça dos anúncios do “Liga, Miúda, 760…” Em que a miúda já não é mais miúda há uns bons 20 ou 30 anos, estão a ver?
Pois assim é a nova aposta da TVI.
E quem são os protagonistas desta nova novela, perguntam vocês?

A Mia Rose
Que já deveria estar escaldada de novelas “juvenis” desde que arranjou a cunha para o namorado da altura, Lourenço Ortigão, entrar nos falecidos “Morangos com Açúcar” (paz à sua Alma) e com tal boa acção acabou por arranjar, não só um par de cornos como também um de patins. Só por ai a moça deveria saber que o prenúncio de merda estava patente.
Mas a maldição das telenovelas Juvenis não a demoveu e ali está ela pronta para nos mostrar não só o rabo, várias vezes por episódio, como também o talento, muito. Talento este partilhado por todos os seus coleguinhas de elenco, ora vejamos o núcleo.

Temos para começar uma promenade de sotaques, creio eu que foi criada num esforço desnecessário, e botem esforço nisso, de mostrar que a novela envolve diversas culturas temos:

A Moça Rude do Campo

A Moça Rude do campo fala à moça Rude do Campo, e quando vos digo isto não estou a utilizar nenhum género de hipérbole, a moça fala como as camponesas de 80 anos, num sotaque de Trás os montes misturado com o dos padres de Viseu.  

O Brasileiro
O Brasileiro que não é brasileiro e que toda a gente repara nisso, eu duvido que não tivessem conseguido encontrar, no casting, alguém que realmente tivesse sotaque do brasil, mas depois do que escrevi até agora… será que houve casting algum?   

O Açoriano

O açoriano é só estúpido e ninguém compreende nada do que ele diz

A Angolana

Esta novela tem umas lacunas tão graves que até a moça Angolana eles obrigaram a falar à preto. Mas não é um sotaque qualquer, é um sotaque carregado com “TchÉ, Meu irmããum”

A versão mafiosa do Mandarim dos pudins Mandarim

Eu já o achava irritante nos tempos do Médico de família e o pior é que aquele sorrisinho irritante refinou com os anos.

Mas se as personagens em si não serviram para vos cativar, que tal um pouco da história (só vi uns 40 minutos, mas confiem)?

Então a Mia Rose é uma jovem que mora com a amiga Angolana, do sotaque, num casarão, porque os pais emigraram por causa da crise, contudo, embora sustente a casa e financie as festas a que vai noite sim noite sim, o seu emprego como professora de body combat dá-lhe também para adquirir equipamento electrónico caro para caralho (Devia ter ido para professora de body combat que aquilo ganha-se bem), e o sonho dela é ser cantora.

Certa noite vai a uma festa com a amiga, (uma festa ao estilo de Skins, mas em mau) onde aparecem todas as personagens à papo seco.
Cruza-se com o miúdo irritante do médico de família, que a quer comer à força, mesmo que todas as mulheres da festa estejam interessadas nele (porquê, é uma incógnita), mas ela não tem interesse nenhum nele, aliás porque mais tarde vai conhecer um moço que tem um Corvette (logo ali nos sabemos que vai ser com quem ela vai ficar no final.)
Mas adiante, a meio da festa reconhece um produtor musical, que não lhe liga cu, e decide ir a casa a correr para lhe entregar uma demo das músicas dela.
Quando ela chega a casa…
ESTÁ A OCORRER UM ASSALTO!!!
Protagonizado por crianças de 10 / 11 anos no máximo, que também se esforçam horrivelmente por ter sotaque à ghetto, mas a Mia Rose quer lá saber, agarra na demo e vai para festa não sem antes gritar naquele seu ar de Cascais

“Eu apanho-vos!”.

Uma cena que tem uma lógica enorme, estão a roubar-me a casa, mas eu vou para a festa:

Pois…
Quando chega à festa, cruza-se novamente com o miúdo irritante do médico de família que a tenta comer, como ela não quer, ele vai ter com o amigo que tem uma saca cheia de Roofies. Não um ou dois, uma saca cheia. Mete o Roffie numa bebida e dá à Mia Rose…
Que é a coisa mais lógica a seguir à casa assaltada, um gajo que nos tenta comer a noite toda oferece-nos uma bebida que nós não vimos sair do bar e nós… BEBEMOS!!!
Boa Mia Rose!

Mas não se preocupem, porque quem acaba por beber o Roofie é o moço do Corvette (que é gatinho) e mal leva o copo à boca desmaia logo (bom Roofie), no Corvette e a Mia Rose como é muito boa samaritana conduz o Corvette, mas a noite não termina ali, a desgraçada é apanhada pela policia numa operação Stop...

Toda a gente sabe como são chatas as operações Stop, mas claro não são coisa para abalar a Mia Rose, que diz logo ao senhor Agente que não tem tempo para aquilo... Ya, ela diz à policia que não tem tempo para a operação Stop. 
Enfim...vocês vão mesmo perder?

Vejam 10 minutos, sério... e  contem-me a experiência.  

terça-feira, julho 23

Top 5 Histórias de amor da Disney

Ao contrário de muita gente a Disney não arruinou as minhas expectativas no que toca ao campo romântico, aliás eu nem consigo entender como tal é possível.
Sim também desde tenra idade fui exposta aos contos de fadas que via e revia rebobinando os meus VHS, vezes sem conta, se isso criou mazelas psicológicas em mim? Creio que sim, mas daí a dar-me expectativas irrealistas em relação ao amor, vai uma grande distância.
Vamos lá ver porquê, enquanto enumero as 5 histórias da Disney que nunca criariam expectativas irreais a alguém com 2 dedos de testa.

 1- O Corcunda de Notre Dame 

A história que mais realidade trouxe aos meus dias, O Corcunda era uma jóia de moço, pobre desgraçado tinha vivido a vida escondido porque era feio e corcunda. Noite dentro cantava à lua pedindo um amor verdadeiro que visse para lá da feiura da sua imagem
E depois apareceu a Esmeralda e …
Fez o Corcunda constatar que estava certo e que ninguém lhe pegava porque ele era feio , corcunda, tinha um olho maior do que o outro e o bom coração não nos serve de muito, nem nos contos de fadas.

 “Mas, mas…” 
És feio, segundo a Disney mereces ficar sozinho, contenta-te com as gárgulas, que também só não se vão embora porque são de pedra e não conseguem.


O Corcunda de Notre Dame ensinou-me muito, para além de que não importa o quão grande seja o teu coração, as pessoas no fim ficam com o bonzão e ficam, ensinou-me ainda o verdadeiro significado da friendzone.
Expectativas irrealistas em relação ao amor após esta história?
Nah, próximo.

2-  Branca de Neve e os 7 anões  


Ele tentou comer-te enquanto estavas morta, moça, isso não é fixe. É aliás uma prática até muito reprovável na maioria das sociedades, moça.
E tu príncipe, amigo, está visto que curtes cenas estranhas, mas olha que essa coisa dos mortos se levantarem e andarem, não é coisa boa não, eu vejo o The Walking Dead… Sério, não é fixe.

Expectativas em relação ao amor ficaram abaladas após esta história?
Também não… que venha o próximo.

3- A Bela Adormecida 

Ele tentou comer-te enquanto dormias, amiga, também não é fixe é muit'a' estranho.

4-  A Bela e o Monstro 

Ele era um idiota sem coração e devia “pegar geral” (como dizem os Brasileiros) quando era bonzudo, então um dia como castigo uma velha que lhe vem pedir abrigo (bem diz a minha mãe que não devemos abrir a porta a ninguém) transforma-o num monstro horrível que tinha de encontrar alguém que visse a sua beleza interior (que ele não tinha como é que a pessoa ia ver?)
 Mimimimimi
Um monstro, uma besta, mas a Bela apaixona-se por ele mesmo assim. E porque é que ela se apaixona por ele?
Porque a outra hipótese que ela tinha era o Gaston, ninguém ia querer o Gaston, o Gaston tem um ego maior que o meu, adiante…
Coisas erradas nesta história?

1- Ele raptou o teu pai, amiga, a menos que chegasses ao castelo e o raptor fosse o Ryan Gosling e a primeira imagem que tivesses dele fosse ele na sala a treinar os bíceps, tu não te apaixonas. E se te apaixonares consulta um especialista na área da psiquiatria, porque a síndrome de Estocolmo tem tratamento. E eles podem ajudar-te.

 2- Como compensação a Besta fica bonita no final. Cortando toda e qualquer moral que o que importa é o interior e blá blá blá que o filme pudesse ter tido até ali. Dá aquela ideia, gostaste dele feio, como compensação ele vai ficar bonito!

 3- O monstro não era tão feio assim olhem para a foto, até tinha pinta, talvez um pouco peludo… mas o Gaston não era melhor nesse campo.


5- Mulan

 Ele é claramente homossexual e interessou-se por ti porque pensava que eras um homem. Só tu é que não queres ver, moça…
Sentem a tensão homo-erótica?



 E vocês? Quais foram os filmes que não contribuíram para a criação de expectativas irrealistas em relação ao amor?

segunda-feira, maio 27

Eu não fui ao concerto dos One Direction

Começar o titulo com uma mentira talvez me ajude a manter a pouca reputação (talvez nula) que ainda me resta, mas vamos ao que importa, ou não...

Não compreendi muito bem o porquê do hype em torno do concerto dos One Direction, e aliás vou regressar aqui ao meu humilde espaço e aos meus 4 leitores para vos relatar uma história altamente desinteressante, de porque é que considero que o ser humano não pára de me surpreender, maioritariamente pela negativa.

A minha sobrinha menor é fã de One Direction (antes isso que Nickelback), pronto vá, são para ela como o Juliluli Casablancas é para mim. E verdade seja dita que eu alimento a doença da criança, com posters e álbuns e tudo o que haja da banda para ela criar aquilo que muita gente chama de obsessão pouco saudável, mas que eu gosto de chamar de amor. Podem então calcular a tristeza dela quando constata que os bilhetes para o concerto esgotaram em 7horas após terem sido metidos à venda. 

Estão a ver aquela máxima do: “Não podemos dar tudo o que as crianças pedem, porque assim não as preparamos bem para a vida e elas devem habituar-se à rejeição e ao “Não”?”
Eu não sigo isso. Tenho a ideia que a vida é complicada estejam elas bem ou mal habituadas então tento dar sempre o que posso.
Contudo, todos os bilhetes que metiam à venda no OLX eram uma chulice do caralho, não querendo utilizar palavras piores. Bilhetes de 50 € a serem vendidos a 150 e 200? Não tenho dinheiro para isso, e mesmo que tivesse não dava 150€ por bilhete algum, fosse para ver quem fosse, nem o Julian de sunga preta a dançar o I like to Move it Move it, garanto-vos… Ok, talvez considerasse no caso do Julian de sunga preta, adiante.

Chega o dia do concerto e a miúda toda infeliz pede-me para ao menos ir para o Pavilhão Atlântico tentar vê-los a sair do autocarro e eu acedo. Posso dizer que fiquei surda nos primeiros 10 minutos, a sério aquelas pitas devem todas ser primas da Florence Welch e ter uns 5 pulmões cada uma, talvez mais. Estão a ver aquelas pessoas que quando estão sob elevados níveis de Stress vão para o meio do monte gritar para descomprimir? Assim eram elas, só que não estavam no meio do monte. Estavam a 4 centímetros dos meus ouvidos.
Agora chega a parte melhor da história, ligo à minha irmã que tinha ficado a tentar estacionar no meio daquela confusão e ela:

- “Olha estava aqui ao pé da bilheteira, perguntei se tinham bilhetes e consegui 2”

Sim. Ela conseguiu em 10 minutos bilhetes para uma merda que estavam rios de pitas a chorar baba e ranho para irem. 10 minutos. Ao preço que eles estavam a ser vendidos ao início.

 Plus, os lugares nem eram maus.

(assim se faz uma criança feliz)

(assim se faz uma tia completamente surda)

Agora querem ouvir algo ainda mais engraçado?
Eu não ia "preparada" para ir para um concerto e como sou psicótica, precavida tenho sempre dentro da mala coisas interessantes como um taser (que nem é legal), uma navalha, tudo o que possam imaginar. Claro está que em situação de risco possivelmente eu seria taserada com o meu próprio taser e esfaqueada com a minha própria navalha, porque sou muito aselha, mas isso não me impede de sentir fodona cada vez que me lembro que tenho grandes possibilidades de uma safar numa situação de assalto. Adiante. à entrada do concerto um segurança gigante manda-me abrir a mala, eu não me lembro do meu pequeno arsenal e abro a mala...

Segurança: BEM....  

Eu com cara de pânico
Segurança: Bem...A garrafinha de água vai ter de deixar aqui, mas se quiser a águinha eu meto-lha num copo, quer?
Eu: Okay ^^
Segurança: Um bom concerto!

E daqui se depreende que: As garrafas de água são uma arma bem mais letal do que qualquer outra coisa, porque eu podia, se lá salpicar alguém com a água ou assim e a noite estava fria e elas podiam apanhar uma pneumonia.
A partir de hoje o taser fica em casa e levo sempre a garrafinha.

quinta-feira, janeiro 31

Compras!

Sempre que vou às compras, as pessoas perguntam-me: "Então o que compraste?"
e eu respondo "Nada, porque era tudo muito feio" e eles dizem "Era tudo muito feio ou tu é que és muito esquisita?"

Isto é recorrente, e por mais que eu confirme "Era mesmo tudo muito feio." As pessoas não me acreditam.

Sendo assim hoje quando fui aos saldos (cadé eles, não achei) decidi tirar uma fotozita ou outra para explicar melhor a minha angustia das compras, ora vamos lá:

Começamos com uma coisa que eu por acaso não tirei foto mas que são as camisolas de auto ajuda, que existem em todo o lado.
Não há conceito mais estranho do que as camisolas da auto ajuda. Coisas com frases do género "Don't give up" ou " Don't be scared" ou "Better days will come".
No meu ver as camisolas com frases são logo um mau negócio porque atraem aqueles olhares estranhos das pessoas que se fixam nas nossas mamas (sitio onde regra geral está a frase), com justificação e desculpa "ah estava só a ler" é altamente constrangedor.


Mas vamos às fotos:

1- Camisolas da bruxaria

Ou é de mim que andei e a ver demasiadas coisas do Sobrenatural durante demasiados anos, ou algo de muito errado se passa com os padrões destas camisolas. Sei lá quem é que eu estou a evocar com isso vestido... sério...
Parecem símbolos maçónicos, ou sei lá... 

2-  Okay isto são sapatos com bigodes
Eu compreendi que poderá ser por causa do carnaval, por isso relativizei. E a foto é capaz de provocar um pequeno torcicolo mas não a consegui rodar e não me apeteceu abrir o photoshop de propósito. 

3- Calças de Pijama
Está bem que até podem tentar vender-mas como algo super moderno. Mas isto são calças de pijama. Eu tenho umas iguais, a única diferença é que têm o Winnie de pooh. Juro-vos, iguais!

Agora pergunto, sou eu que sou esquisita? 



domingo, janeiro 27

Os Melhores blogs e os outros ou A segunda mais erótica da blogosfera

Desde tenra idade que aprendemos que "mais" não é obrigatoriamente sinónimo de "melhor", contudo sempre que vemos um blog com milhentos seguidores caímos no erro de crer que há ali algo mais.
Mais qualidade, mais interesse, mais cultura, mais giveaways, mais promoções, mais coisas que obrigam uma pessoa a seguir e afins e é daí que surgem os seguidores.

Também é claro que quem tem muitos seguidores e popularidade, não atrai só coisas boas, como dizia o outro “Não se consegue fazer uma omelete sem se partir uns quantos ovos”. E por ovos uma pessoa entende uns “És uma cabra” “Espero que morras” “O teu marido é gay, só tu é que não vês”
Coisas suaves.

Mas nem estou aqui para falar disso, mas sim dos concursos que de vez em quando pipocam por aí para eleger os melhores blogs do ano em diversas categoria. Sendo que quem cria os concursos nada tem a ver com os resultados mas enfim.

Mas para que vocês tomem noção do quão credíveis estes concursos são e de como as votações são de facto justas, eu acabei de ficar num honrado 2º lugar na categoria do Melhor Blog Erótico.
Isto assim visto a olho nu não parece uma grande honra, porque nem ganhei, mas quando escrutinado compreendemos que em uns 18 concorrentes eu fiquei em 2º lugar, quando o meu blog de erotismo nada tem.
Isto se houvesse qualquer justiça e as pessoas votassem no melhor em cada categoria, eu nem deveria ter passado à segunda fase do concurso. Certo?
O que me leva às seguintes conclusões:

1- Nestes concursos não se premeiam os melhores, mas sim os mais chatos 
Aqueles que todo o dia espetam com as votações na página, todos os dias vos mandam mensagens privadas para irem votar, todos os dias vos falam do mesmo assunto. Chatos pra caralho.
Aliás eu abri um blog dos que estava a concurso em que maluco tinha feito um post a ensinar os leitores a votar todos os dias com um esquema “Se vocês votarem hoje às 10:00, amanhã votam às 10:01 e depois de amanhã às 10:02”. Sério maluco, achas que as pessoas não têm melhor que fazer?
Ou seja, basicamente aquilo acaba por contabilizar aqueles que mais aborrecem e principalmente aqueles que mais gente têm para aborrecer.
Porque se vocês só conhecerem 4 malucos, mesmo que o vosso blog seja o melhor (melhor blog, lol) vocês nunca ganharão.

2- Há pessoas que levam isto bem a sério 

E matam-se nas votações. Metam os olhos nos comentários do Aventar , chovem os “Votei em não sei quem e o voto não contabilizou” ou “Blog X passou de 2º lugar para 1º muito rapidamente acho que alteraram os IP do pc” ou “Blog Y está inscrito na categoria errada, nem devia lá estar” ou “O blog D não ganhou o ano passado? Deviam retirá-lo da lista e dar oportunidade a outros”

Oportunidade do quê? De ganhar um grandessíssimo nada?
A sério? Vocês estão-se a matar, a odiar e a canalizar as vossas energias numa merda que para além de não ter qualquer credibilidade (como vocês viram pelos meu segundo lugar), ninguém ganha nada com isso.

3- Não é preciso 3ª conclusão, vocês já chegaram lá.  




domingo, janeiro 20

Relativizar é a palavra

Ás vezes penso o quão frustrante deve ser ser fantasma na minha casa.

Provavelmente deve ser a coisa mais frustrante do mundo, porque há em nós a capacidade de relativizar tudo o que acontece. Se alguma coisa cai do nada "Olha, estava mal equilibrado", se pouso o telemóvel aqui e ele aparece noutro lado qualquer "Devo ter sido eu que o meti ali e agora já não me lembrava"

Relativizar é a palavra...

Lembro-me que uma vez vi um programa, daqueles das tardes da Fátima Lopes, ou da Júlia Pinheiro (não interessa, porque também já não me lembro) em que uma mulher garantia que o espírito da falecida filha lhe mudava as coisas de sítio.

"Juro-lhe minha senhora, a fotografia da minha filha move-se 2 a 3 centímetros para a esquerda do lugar onde costuma estar na prateleira"
ou
"Há dias a camisola que costumava estar no armário do lado direito apareceu no esquerdo"

Senti honestamente pena da eventualidade de um fantasma viver aqui, isto porque se estivermos a ver televisão e a foto da minha falecida avó sair a voar pela sala, até parece que consigo imaginar a reacção da minha mãe:

"Oh Ana, vai ali fechar a janela que está aqui corrente de ar."  

Pobres fantasmas, não dá pena?

quinta-feira, janeiro 10

Eu gostava.

Gostava de me realizar com uma mala Chanel, com umas calças da nova tendência burgundy. Gostava de ser tontinha, falar pelo nariz e dizer que preciso de mais tempo para mim, que bem mereço. Cagar para o mundo porque o que interessa mesmo é o meu umbigo. Gostava de passar indiferente ao que se passa, gostava de não ver a desgraça, gostava de não saber que a realidade de muitos, não é igual à minha, gostava de não ter nada na cabeça, ai isso gostava. Gostava de falar da minha viagem a Paris paga por não sei quem. E gostava de dizer que o meu objectivo de vida todos os anos é fazer uma viagem de sonho. Gostava. Gostava de que me passassem ao lado histórias como a do homem que ontem vi na reportagem da Sic, que perdeu emprego, por conseguinte a casa e agora morava na rua com o cão, à mercê de caridade alheia… alguém que um dia teve tudo.
Gostava de olhar as ruas de Lisboa e ver as montras e não os pedintes. Gostava.
Gostava de ignorar que há crianças a passar fome todos os dias, gostava de fechar os olhos a isso, e ficar feliz ao comprar mais uns sapatos. Gostava de olhar o futuro e que os meus desejos para 2013 fossem uma mala Chanel, que afinal vai com tudo e nunca saí de moda. Gostava.

domingo, janeiro 6

Ode à ciência Económica.

Não quero saber da taxa de juro
Da curva de Phillips, nem da de Laffer
Não quero saber da Curva de Possibilidades de Produção,
Seja o que Deus quiser.

O óptimo de Pareto
Nem me importa,
As ópticas de medição do PIB,
Fazem-me sentir burra que nem uma porta

Mais o produto efectivo
E o produto potencial
Quem é que gosta de estudar isto?
Alguém sem vida social e sexual?

Taxas de inflação e deflação
Mais o Hiato do produto
Para que é que isto me servirá no futuro
O meu cérebro é diminuto

Escassez, bens públicos,
Adam Smith e a sua teoria da mão invisível 
Mais o Keynes e o Marx
O suicídio parece-me uma saída possível.

Quero lá eu saber como se mede
O nível de preços que nos leva a consumir
Neste momento o que quero mesmo,
É só comer e dormir

Não me importa o Jean Baptiste Say
E a lei de que é a oferta que determina a procura
Nem o Bentham, utilitarista
Que constatou o óbvio e devia ser cabeça dura

O que eu quero mesmo é arranjar uma caravana
Fumar muita maconha
Ouvir Pink Floyd sem cansar
E passar a vida na ronha.

quarta-feira, janeiro 2

Eu ia...

fazer um post com resoluções para este ano, mas a minha resolução do ano passado foi não fazer resoluções para este ano.